PAPÉIS FALANTES: AMOR DESILUDIDO - (ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/07/04) Do livro : (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

quarta-feira, 4 de julho de 2012

AMOR DESILUDIDO - (ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/07/04) Do livro : (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

AMOR DESILUDIDO

Se em relação de bem honrar cupido

Surgir desilusão clarividente

Pode esse amor a dois ficar dif’rente

Passando a ser amor- desiludido…

O olhar ficar farol esvaecido

E o sorriso, tornar-se sol poente;

Porque esse antigo amor – agosto quente

Tornara-se em Setembro arrefecido…

E um tal fogo – dado em sentir mais brando,

Se acaba em mornas cinzas fumegando

Será insensatez, nelas soprar…

Que é forçar a vir chama, lá do fundo;

E amor desiludido e moribundo

Logo que em cinzas, há que o enterrar.

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ACERCA DE MIM

Se realmente a partir duma certa altura de minha mocidade, comecei a gostar particularmente da praia, do campo e de coisas em que o encanto natural e vicissitudes próprias cativam, também foi - sem dúvida - por constatar intrinsecamente comigo, um rol perspetivante de respostas pragmáticas e emotivas para a desenvoltura literária, que tais ambientes propiciam.
Fazer praia, uns dias ou mesmo um mês em regime de férias, fascina-me, mercê dum tal ambiente versátil e inspirador . Assim, adoro o mar (em si) e o misticismo e fascínio de suas marés em "sobe e desce", refletindo-se no ambiente.Também vibro com o irrequieto voo e o aflitivo grunhir das gaivotas, rente ao gigante...no entanto como coisas cíclicas e por isso repetidas, se muitas horas do dia, mesmo com a beleza própria que leva ao deslumbramento, para pessoas um pouco inconstantes como eu, tais horas, acabam por tornarem-se fastidiosamente rotineiras, jus a um preenchimento saturante e assim apelativo de um complemento ou suplemento extra. Como tal, arranjam-se novas amizades (fruto de conversações entre veraneantes) ligam-se rádios portáteis e jogam-se às cartas, dominó ou damas, entre outras coisas. Por mim, terei de ter entre mãos, papel e algo com que escreva, ou então um trabalho artesanal, senão com tanto relaxe, assim ciclicamente igual (poderá dizer-se) e em tantas horas acabo por saturar-me ...
Ir até à aldeia ou serra, delicia-me por motivo similar - o da inspiração.Realmente também deslumbro com o campo e o ambiente serrano, honrados pelo verde da natureza a vigorar ante as mais variadas novidades, umas brotando da terra, outras nela reinando, mais ou menos tempo. Deliro com a água cantando por entre as pedras, ou mesmo em fontanário.
E a cidade? Ah também a adoro, porque tal como o campo, praia e serra, tem seus encantos próprios e por conseguinte, muito carisma. Sim a cidade encanta-me (para além do mais) pelo bulício das ruas e histórias das gentes e seus hábitos. Tenho assim um particular prazer em sentar-me muitas vezes durante o ano - principalmente no verão - numa cadeira da esplanada de um café da minha terra, conversando com afins e vislumbrando perto o ambiente paisagístico dum jardim ou parque, honrado por belas árvores e flores, onde não falte o canto e encanto de aves canoras, mesmo recolhidas entre a fronde. Se na mesma esplanada, o fruir de conversa, me redunda nuns momentos de prazer, por certo que ele se me torna bem especial, aquando sentada em introspeção meditativa, apenas sozinha, escrevendo prosa ou honrando musas, com poesia. Lá vou então fazendo "alinhavos e mais alinhavos letrais", que depois na próxima ida à mesma ou outra esplanada, ou mesmo entre as paredes do meu lar, aperfeiçoo. Se em casa consigo em pleno acabar um poema, ora bem; senão na próxima ida até um café ou esplanada ou (melhor) na biblioteca municipal desta minha simpática e acolhedora terra, onde já há uns bons quatro anos, passo grande parte de meu tempo, às voltas com o computador e internet. Claro que na minha casa estou provida de computador, coisas a ele complementares e suplementares, além da própria internet; só que o fator solidão, pesa... como tal o ambiente da biblioteca, facultando-me o contacto com amigos e conhecidos, fascina-me.
Há uma década pelo menos, que as minhas férias na praia, passaram a ser apenas recordação, porque a minha situação civil alterou-se; mas quando as usufruía era certinho que algum tempo antes, nos preparativos da malas, além de roupas e acessórios pessoais de cada membro da família, no concernente ao que me dizia respeito,para além das peças de vestuário, calçado e acessórios, reunia também, papéis, canetas, lápis, sem esquecer o meu reportório já escrito, porque contava que a inspiração, também me pudesse chegar, na forma de um limar, alterar e consequentemente num embelezar desses poemas ou prosas já feitos. Se tudo isso levava num caixote próprio, levava noutro, utensílios e matéria-prima para na praia como alternativa, poder elaborar bricolage (agulhas, tesoura, lã, ráfia entre mais coisas) É que estava bem certa, de que iria estar muitas horas parada, podendo muito bem escrever algo de importante ou tratar de trabalhos manuais. Estimado leitor, deixo-te aqui neste novo blogue, para além de frutos de meu trabalho literário, na forma de poesia, muita dela feita, se nos locais a que aludira, hoje também e com mais frequência, na biblioteca municipal de minha terra, também fotos, quer dos trabalhos de artesanato, pintura e modelagem, de que também sou autora e quer mesmo de poses da minha pessoa . Espero que para além de gostares dos meus poemas, bem analises tais fotos, acabando por constatar, como tudo sendo " PAPÉIS FALANTES", deambulando por estas páginas. Muito obrigada!

A autora

Agradecimento

De novo a vª excelência senhor editor, o meu muito obrigada pela oportunidade que me facultara de poder apresentar para um vastíssimo público os meus humildes trabalhos literários - entre demais outros e estes na forma de fotografia.Por certo que tanto os poemas como as fotos, são papeis, que dizem sempre alguma coisa de mim e por conseguinte da minha maneira de pensar, sentir e/ou agir. Agradeço-lhe pois particularmente, e em geral à sua muito responsável e prestativa equipa. A todos, bem-hajam.

Respeitosamente.

A autora

Maria do Sameiro Matos