quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FLORES EM ANGÚSTIA - ( ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/10/31) Do livro: ( a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"



FLORES EM ANGÚSTIA


 
Muita história de amor, que chega ao fim,
É sem que um dia o par, tal calculasse
Porém antes em pleno acreditasse
Num porvir, em constante grão festim!

Por tal, crendo existência, um bel jardim
P’la grata cupidez que ele exalasse
Em que a bela violeta então cruzasse
Seu nardo co’o do cravo ou do jasmim.

Pobre desse jardim, feito em triste horto
Com as “flores” sangrando pelo chão
E de rastos, um sonho… quase morto;

Levando à recessão de situação,
E havendo até quem regue, a choro absorto
As flores duma triste solidão…

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

LIRA RASTEJANTE - ( O POEMA DA SEMANA- 2012/10/29) Do livro: (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

LIRA RASTEJANTE


 Mesmo que até nem seja egocentrista
Por certo que tem mais gosto em viver
A feliz criastura que se crer,
Convicta de um real amor, em crista.

E passa a inocente narcisista
Mirando embevecida o malmequer;
Porém pode acabar por padecer
A deceção que crê de mais malquista.

É quando da união recolhe o saldo
E lhe vê a rutura, por rescaldo
Arguindo essa união, que então falira;

E um fim assim, provoca mágoa tal
Que até tem sido mesmo a principal
Razão do rastejar de muita lira!...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

NAUFRÁGIO ANTE VERDES ALGAS - ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/10/24) do livro: ( a editar)"ENTRE O ANTO E O ACANTO"

                                     
NAUFRÁGIO ANTE VERDES ALGAS


Gente há, que após tristeza superar
E navegar em mar de gozo brando
Vislumbra um vendaval recomeçando,
Incorrendo outro igual risco, no mar...

Logo, se em desespero se agarrar
A "verdes alga" - facto formidanso -
No visco escorregando e em tombo dando
Tem novo naufrágio, em perspetivar...

Mas ganham-se marés vezes sem conta
Perante rubicões de vária monta
E mesmo sem farol, rumo á bonança;

Sem tábuas a boiar, p'ra salvação,
Apenas um remar de embarcação
Perante um mar, sem fundo e temperança.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

COISAS QUE SE DIZEM E OUVEM - ( O POEMA DA SEMANA -2012/10/22) Do livro: ( a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

COISAS QUE SE DIZEM E OUVEM

 
Quantas vezes se diz e ouve dizer
Quem bem cuidar de um filho, é um dever
Amparar na velhice, os nossos pais
E bem tratar os nossos animais?

( E se alguém, isso faz de obrigação
Alguém faz por talvezmelhor razão)

E as vezes que a gente ouve e fazouvir
Que é dever, à missa aos domingos ir,
Todos os maus pensares, explsar,
Não trair, não roubar e não matar?

( E se uns o fazem, crendo ser dever
Outros, algo melhor, leva a fazer)

Respeitar e animar, perante a dor
E só o bem fazer, por ser dever,
É nobre ae dá-nos a paz de consciência;

Mas fazê-lo somente por amor
( Além dessa paz) faz-nos perceber,
Que mais-valia tem, nossa existência!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

NEM OITO,NEM OITENTA - ( ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/10/17) Do livro: (a editar) "DA RÚSTICA MUSA, QUE PASSA"

NEM OITO, NEM OITENTA

Retira qualidade á vida a-dois,
Tudo a sentir - asinha então sentido
Tudo a saber - asnha então sabido,
É a sofreguidão; que vem depois?

Cada qual tem os seus historiais
Uns confessáveis e outros sigilosos;
Por plácidos lugares e escabosos
Com momentos formais e informais.

E ante um desabafo a desfraldar
Que não se faça a oito ne, oitenta;
Bem melhor é ficar pelos quarenta,
Já que há o amor-próprio a preservar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DA CELEUMA À CONSONÂNCIA - ( O POE MA DA SEMANA- 2012/10/15) do livro: (a editar)" DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"



DA CELEUMA À CONSONÂNCIA


             Quando opínios de vária conjetura
Transformam a celeuma, numa aposta,
Por vezes para a ordem ser reposta,
Há de Argel algazarra e muita agrara...

Se na fé de acalmar a barafunda,
Um "boa -paz" exorta o alarido...
No caso de acabar por ser ouvido,
Não é à prima teima, nem segunda...

E criatura assim que não vacila
Puganando por um polo mais ordeiro,
Chaga a par'cer por vezes um oleiro,
Amansando na roda a bruta argila!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

COLHEITAS DO TEMPO - ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/10/10) do livro: (a editar) " PROPENSÕES MUSAIS"

COLHEITAS DO TEMPO


Não deixemos mazelas e maleitas,
Calarem nossasa almas, contrafeitas
Associar ideias - nem que cem
Que quem não perde tempo, tempo tem!

E ele, sempre em doses escorreitas
É uma mais valia- um grande bem
Dando a incorreções, feições eleitas!

Também convém manter-se na razão
Que antes de nosso olhar, ter "apagão"
Haverá que vibrar-se, intensament
Que a gente após findar, nada mais sente...

Nem ardência, prurido ou escaldão,
Nem reumático, gota, ou dor de dente,
Nenhuma boa ou má palpitação.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O FOGO QUE HÁ, EM QUEM AMA ( O POEMA DA SEMANA -2012/10/08) do livro: ( a editar)" PENSAMENTOS (EN)QUADRADOS II"

O FOGO QUE HÁ, EM QUEM AMA


O fogo que há, em quem ama
(E que parece imortal)
Acabará que uma chama
Tem começo e tem final.

E nem mesmo subtis sopros
Pô-la-ão de novo, acesa;
Nem magias, nem escopros
Repor-lhe-ão a subtileza.

Restarão cinzas, carvões,
(Alvas ou negras essências)
Ternuras ou frustrações
Tornadas reminiscências…

Não mais louvor, não mais queixa
Não mais momentos lascívios
E a fogueira sempre deixa
Saudades, senão alívios!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

LIÇÃO PARA UM CERTO MARAU ( ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/10/03) do livro: (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"

LIÇÃO PARA UM CERTO MARAU

Convencido que alguém evangeliza
Diz-se correto, armado em carapau
Porém mais ignorante, que calhau
     Que nada de exemplar nos preconiza.

De ronha viperina se estiliza
E mais intencional que a de lacrau;
Muitos o consideram de marau,

- Os tais, a quem a vida, ele inferniza-
Mas outros, fartos já de seu “cadastro” –
                    Optaram dar-lhe ensino de valência
                    Na forma duns açoites no canastro;
               
                   P’ra mais, da lição houve repetência
                  – E ainda no marau, “fresco “o emplastro –
                  Voltando novamente p’rá “urgência.”
                                           

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A JOVEM, QUE NÃO IA EM REALEJO… ( O POEMA DA SEMANA- 2012/10/01) Do livro: ( a editar) "RELANCES DUM OLHAR"

                           
                            A JOVEM, QUE NÃO IA EM REALEJO…

                         Mesmo de camisete de flanela
                          Com botões em postura de cortejo...
                           Ela é, quem provoca mais desejo
                           De entre as moçoilas, dessa cidadela.

                           Belo dia, um dândi – doido por ela
                           Convidou-a a ouvir dele um realejo;
                           Só que a bela atirou-lhe: – num bocejo
                           Que preferia ver telenovela…

                           É que embora o soubesse não plebeu;
                          Via-o com um porte, um pouco infame
                             Como a mais, nenhum outro do liceu;

                         E p'rós ouvidos dela era um vexame,

                                               O moço, em derrapança de peneu                       
                       Fazer do belo carro, seu reclame...