quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ACHADOS INSTANTÂNEOS - ( ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/09/26) do livro: (a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"

ACHADOS INSTANTÂNEOS

Na presença de até folha outonal,
Bravo trevo ou daqueles que dão sorte,
Sempre me enternece, algo natural!
Um prazer simples, dá-me emoção forte!

E um anúncio ou notícia de um jornal,
Ou de escritor, retrato – que eu recorte,
Causam-me agrado ao certo especial
São-me achados assim, de muito importe!

Folha, retrato, anúncio, uma notícia,
Irão para um amigo, por carícia
E muitos vê-la-ão – por isso eu vibro!

E é vê-lo com as “portas” bem abertas
Para eu lha deixar, nas partes certas:
Junto de versos meus, desse meu livro!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

UM ÍMPETO DESINIBIDOR - ( O POEMA DA SEMANA- 2012/09/24) do livro: ( a editar) " RELANCES DUM OLHAR"

UM ÍMPETO DESINIBIDOR

Era um aristrocrata, assaz distinto,
- Com direito a galões de academia -
E que dava bem mais, que recebias,
Por ter um amor-próprio, bem sucinto.

por vezes, apegava-se ao absinto,
E quando a solidão, mais lhe doía;
Porém, sempre aspirando companhia,
Por ter o coração, de amor famainto

se para opor-se ao seu lado neurótico,
Nunca faltava ao teatro ou à revista,
Porém, suas risadas, eram beras;

E após em palco, um fim apoteótico
O beija-mão, que dera na corista,
Eis que o desinibiu, bem e deveras!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

AQUELA HONORÁVEL ÁRVORE CHORONA- ( ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/09/19

                

                 AQUELA HONORÁVEL ÁRVORE CHORONA
          
                Nessa rampa de acesso à biblioteca,
               (E bem vergada ao jeito,reverência)
               A “rural, com cabelos de boneca”
              Atrai alma pensante por tendência!

              Que a sua “cabeleira” – sensação
              Com "madeixas" em tons de verde e louro,
               Sobre a  rampa, recai,  dando a ilusão,
              Duma vénia, aos utentes do “pelouro”.

              E após Estio, tão fartos “cabelos”,
              Alterar-se-ão (contudo, sempr belos)
              Para longos caniços “capilares”;

              E recaindo mais, com a humidade;
              É a vénia, mantendo assiduidade
                P'ra os utentes - contados aos milhares!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

NA PISCINA, À SOMBRA DE ÁRVORE“CHORONA”- ( O POEMA DA SEMANA - 2012/09/17) do livro:(a editar)" VERBOS NA PRIMEIRA PESSOA"

             
NA PISCINA, À SOMBRA DE ÁRVORE“CHORONA”
– Com crianças dum clube de férias

Sem porém dar ao clube alheamento
E à sombra de “chorona”, já com fama
– Que da fronde, gotículas derrama –
Faço de rimas, meu ensaiamento.

E olho as crianças em divertimento:
Se uma ri, outra chora e outra clama;
Outra,  seus olhos, pedem mesmo cama
P’ra outra, dar-me um beijo ternurento!

E a tal árvore, então lá vai “chorando”,
Ante essa tenra gente, desfrutando:
Do gelado, do sumo, ou da pipoca;

Porém, sempre há petiz, que se me abeira,
Dizendo-me: - entre o sério e brincadeira-
 – Samy, venha tomar uma banhoca!!!...

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O FOGO QUE HÁ, EM QUEM AMA - ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/09/12) Do livro ( a editar) " PENSAMENTOS (EM)QUADRADOS"


O FOGO QUE HÁ, EM QUEM AMA


O fogo que há, em quem ama
(E que parece imortal)
Acabará que uma chama
Tem começo e tem final.

E nem mesmo subtis sopros
Pô-la-ão de novo, acesa;
Nem magias, nem escopros
Repor-lhe-ão a subtileza.

Restarão cinzas, carvões,
(Alvas ou negras essências)
Ternuras ou frustrações
Tornadas reminiscências…

Não mais louvor, não mais queixa
Não mais momentos lascívios
E a fogueira sempre deixa
Saudades, senão alívios!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

VULCÃO ADORMECIDO, QUE ESTREMUNHA - (O POEMA DA SEMANA- 2012/09/10) Do livro (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"


 VULCÃO ADORMECIDO QUE ESTREMUNHA


O abantesmo penedo acabrunhado,
– Num letargo do género astronómico –
Se a dada altura acorda estremunhado
Põe em pânico o local povoado
Devido a seu rugir de efeito atómico.

Fumega-lhe a cratera – a lenda crível!
Tresanda a enxofre e gás em combustão,
E adivinha-se um certo belo-horrível.
      
A pedra-pomes, salta, em debandada       
– Entre um rugido ou zurrar excedente
E a mista e muito densa fumarada –; 
Enquanto lava em fogo, desregrada
                 Avança, corre, e altera o ambiente.  

              Até que num rugir, feito bocejo
            O vulcão – realizado – eis que adormece
             E a lava é pedra – nasce um lugarejo!


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ÁGUAS DE TRISTE CANTO- ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/09/05 ) Do livro: ( a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"

ÁGUAS DE TRISTE CANTO


 
Às vezes, fontes de água bem cantante
Acabarão secando, um certo dia –
E dando essa tal água correntia,
Lugar a uma bruma retumbante…  

A fado, veramente cruciante
De almas se constrangerem, de agonia…
Que uma corrente em boa sintonia
Quando seca, não é mirabolante!…

Padrões cridos perenes, são gorados
E da fonte então sem ter água alguma
Só se lhe ouvem sussurros embrumados;

Ah sonho, ah bel projeto, quem pensava
Seres tão suscetível, ante a bruma?!...
Tolo é, quem de eterno amor, se gaba!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AMARGURA - (O POEMA DA SEMANA - 2012/09/03) Do livro: ( a editar) " ENTRE O ANTO E O ACANTO"

AMARGURA


 Por muito que alguém tente disfarçar
Sempre há quem lhe adivinhe um conflito...
- Se é que a própria expressão, traduza um grito
De importe, para um tal diagnosticar.-

Se tiques, de um abrupto ensimesmar
Mesmamente dirão, haver atrito...
Também suor, de frio gabarito
Em quente testa ou quase a escaldar...

Logo, ver criaturas, entre “flores”
Redobra no frustrado, suas dores,
Que seu peito, tem frágil armadura…

Num sonho acreditou demais talvez
Que o seu “bouquet de rosas”, se desfez
E as “pétalas” por chão, dão-lhe amargura…