segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O ROSTO DO AMOR - (O POEMA DA SEMANA - 2012/01/30) - do livro: (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"



O ROSTO DO AMOR
                                                         

Desenhar o rosto do amor, quem pode?
Se os mitos não têm rosto?
Se é sentimento disposto,
À visão de cada um?

Se uns vêm-no sendo a dor,
Outros fogo abrasador,
Se não há senso comum?

Utopia, verdade ou fantasia?
Médio, longo prazo, eternidade?
Ilusão de apenas um dia?

Sentimento passageiro,
Ou jamais ser sentimento
E unicamente atracção?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

COISAS DO SUBCONSCIENTE - (ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/01/25) Do livro: (a editar) "VERBOS NA PRIMEIRA PESSOA"


COISAS DO SUBCONSCIENTE
I
Em tempos, eu ficava até desiludida:
– Após ginástica mental, sem resultado –
O de não me lembrar de alguns factos da vida,
Chegando até a crer-me a ficar esquecida
E talvez de meu cérebro um pouco cansado…

Logo, atesta, enrugava-se-me seriamente,
Mas se algo eu não lembrava, também algo sim;
Tal como sucedia, a tanta, tanta gente,
Se a uns mais cedo, a outros mais tardiamente
Que tratei de informar-me, e serenar por fim.

Até que terminei por me auto criticar:
Cismara à-toa, pois me lembrava -  e amiúde
Da minha própria infância, e muito do brincar;
E que de tão distantes, eram um provar
Que mantinha a memória em perfeita saúde!
II
Oh, como é carismático o subconsciente!
Pois imagens e factos que nos são banais
Acha em lembrança pô-los, ser inutilmente,
Para uma vida inteira guardar fielmente
Tudo  aquilo que então nos marcara, bem mais!



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CERTAS INDIGESTÕES (O POEMA DA SEMANA - 2012/01/23) Do livro: (a editar)"DEAMBULANDIO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

CERTAS INDIGESTÕES


Quem "sapos" engolir, sem soltar pio ou mio
Sujeita-se a sofrer de grave indigestão
Que sua pele dura, enfarta o coração
Sendo às vezes  melhor, cantar ao desafio…

Outras fazê-lo é pôr o cavalo redio
Pois sente que lhe pomos, rédea de feição
E se lhe ganha a crina, mais emproação
Seu próprio galopar, avantaja o avio…

Talvez mais eficaz solução a seguir
Seja: a quem faça a gente " sapos" engolir
Pagarmos co’a moeda, do nosso desprezo;

Ela tem nossa cara e também a coroa
E os sapos ignorando, mostrará  pessoa
Que seu arcaboiço, é mais que eles, forte e teso!
  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SE O AMOR POR TI PASSAR - (ENTRE QUARTA E QUINTA -2012/01/18) Do livro:(a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"

SE O AMOR POR TI PASSAR


Se o amor por ti passar e bem sorrir
"Prende-o" com competência e a bom jeito;
Tenta que “flor”assim, medre em porvir
Co' a seiva imat'rial, desse teu peito.

Resigna-te, se acaso tenha acantos
Que ao peito, não darás melhor donaire
E “rega-a”bem, nem que a choro e prantos.

Porque a vida é tão rápida passagem
Que urge tirar-se dela, escol partido;
E o amor é  garante, na “bagagem”
Da dita-mor em nós, tê-lo vivido!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

PARTIDA PARA O DESCONHECIDO - ( O POEMA DA SEMANA-2012/01716) Do livro: ( a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

PARTIDA PARA O DESCONHECIDO


Se a dedicação quando extrema,
Poderá acabar em fanatismo,
Então importará porventura
Partir ao encontro do desconhecido,
Com um sentimento semi-frio,
Como de criatura estranha em terra estranha,
Dando-se um passo de cada vez,
Com um empenho firme e decidido.

Dedicar grande atenção ao pormenor,
Bem analisando, cheirando e palpando
Com a usança de mais jeito que força,
E bem controlando hipotéticos recursos,
O equivalente a meio caminho andado,
Para a concepção real, da objectiva aspirada
Pesando em consciência os prós e os contras
Até ao possível encontro com o sucesso

Com os pés assim assentes em terra
O sonho insonhável não será sonhado
O Céu não será visto demasiado azul
Nem a vida um rosa quase choque;
Além de não se descartarem decepções
Com gravosos momentos, debaixo de fogo
E até a perda de, algo que fora conquistado,
Engolindo-se em seco, pelos anseios gorados.

Mas sem que tal induza, a um extravasar alarmista,
Muito menos ao acto derrotista do choro ou pranto,
Porque muitas das vezes, quem chora ou pranteia
O seu mal agrava ou mesmo nos outros semeia;
E há para certos casos, a inversão de marcha,
Com a valência de levar ao ponto de retorno,
Para (com mais traquejo) de novo haver partida,
Enveredando por uma mais promissora alternativa.
2008

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

QUANDO A MENTE ORDENA - (ENTRE QUARTA E QUINTA-2012/01/11) Do livro: ( a editar)" DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"



QUANDO A MENTE ORDENA
I
Quando a mente ordena...
O coração faz;
Descendo sereno,
Ou a todo o gás,
Até ao umbigo.

- Está actuante o carácter,
Honra ou desonra de alguém;
E há gente, que pode mesmo dizer,
Ser digna de seu umbigo! -
II
A mente ordena, o sexo obedece,
E das entranhas,
Até ao umbigo sobe;
Encontrando-se lá
Com o coração.

- Num manso ou complexo entender,
Assim nasce o amor ou paixão;
Saindo depois para o exterior,
Coração e sexo em sintonia. -
III
E quando dois corpos acedem
E trabalhos, nunca medem
Nem a eles se furtam,
Numa comunhão a-dois,
Honraram seu umbigo!

- Essa raiz de deleite,
Que na gente, não se extingue,
Há mesmo, quem a enfeite
Por orgulho, com piercing.-

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

REFLEXÕES- ( O POEMA DA SEMANA - 2012/01/09) Do livro: (a editar)"PROPENSÕES MUSAIS"

REFLEXÕES


Tem calma, imprevisível coração
Não deixes tuas cordas, tão timbradas;
Que ora pareces hiena com risadas
Ou em irritação, lembras dragão.…

O meio-termo, faz ser  condição
Serena com vinagre as gargalhadas
Põe mel nas tuas horas exaltadas
Em tuas cordas, boa afinação!

Sê calculista coração, sê calculista
Olha que nunca é tarde, p'ra aprender
Bem arregala esse olho e ergue a crista;

Contigo mesmo embirra, faz-te perro
E verás que irás graças receber
Que o que é em demasia, é sempre um erro.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ENTRAVE À DECADÊNCIA - ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/01/04)- Do livro: ( a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

ENTRAVE À DECADÊNCIA


Fazer da derrota, força criativa,
Colocando em órbita
Muita paciência e tacto,
Nos princípios mais básicos
Armazenados no subconsciente
Como experimentados tubos de ensaio.

Bem analisar os recursos disponíveis
Em fervilhantes mil e uma alternativas,
Dum caldeirão de possibilidades,
Numa mente que (sana e bem formal)
Correrá com o fútil e o obsoleto
E aniquilará a estagnação e marasmo,
Para tender “roçagar” em valores”,
De dimensão transcendental.

Avançar para a real objectiva,
Numa intrínseca e envolvente abordagem,
De incógnitas e túneis iluminados
De ancestrais sonhos reciclados,
Num jogo de intuitiva tendência,
Perante obstáculos e metas.

Da surpresa colher-se-á a benesse,
Em vez de choque – que geraria stress;
É que o pragmata para vencer o “rubicão”
Colocou à vanguarda a cabeça erguida,
Para somente depois dela, o coração;
A força da razão e fé, adubaram-lhe o ânimo,
Um motor, que fará jorrar como fontes de vida,
O progresso e a clarividência das coisas

2008

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

DESPERTAR DE ALMA ABSTRATA - ( O POEMA DA SEMANA -2012/01/02) - Do livro: (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"


DESPERTAR DE ALMA ABSTRATA


Não cismes mais, oh alma abstrata, acorda,
Porque a Letícia, quer que andes em frente;
Não cruzes os teus braços, sê valente
E apenas da existência o bem recorda.

Com o negativismo, tu discorda
Crendo ser o sorriso, algo premente;
Esfria a nuca, sempre que te esquente
E o teu subconsciente, mais aborda.

Desfaz esses embargos, na garganta
Nega-te ao desespero, que ataranta
E em choro, não te afogues, nem em pranto;

Nem te acometas de ira e de vingança.
Dedica ao pensamento a temperança
E crê teu sofrimento, Sacrossanto!

 

domingo, 1 de janeiro de 2012

SER POETA - Do livro (já editado) "ESTRO DE MULHER"


SER POETA


Não basta dar à rima, os rumos ideais!
Usar com rigor o metro, também não basta,
Que ser poeta, é bem mais que isso, muito mais!

É sentir, por vezes, o peso da “ vergasta”
É sentir: raiva, dor, crises de frustração,
Porque a inspiração, muitas vezes é “madrasta”!

É agarrar-se-lhe, fazê-la o seu bordão,
Dourar-lhe o cabo, num resultar de obra-prima,
Que é coisa, que muito sublima sua mão!

É pensar, que para se chegar bem “acima”
Nas “pedras” e nos “cascalhos” da caminhada,
Será mister, muito se desgastar a lima…

É meditar, no mundo, de testa enrugada,
Vê-lo com olhos, alma, paladar e cheiro
Até ficar de nuca a ferver ou gelada…

É não invadir, “pegadas” doutro parceiro,
Mas nos “carris” de suas resmas ir andando,
Por seu próprio pé, em solitário cruzeiro…

É co’o contentamento, se não contentando,
E até, com muitos impossíveis competir,
Tornando-se atlante e cornijas suportando…

Ser poeta é quando o próprio descobrir,
Que sua arte, não é entretém qualquer,
Nem mesmo atributo especial a exibir,
Mas sim, parte da sua razão de viver!