COISAS DO SUBCONSCIENTE
I
Em tempos, eu ficava até desiludida:
– Após ginástica mental, sem resultado –
O de não me lembrar de alguns factos da vida,
Chegando até a crer-me a ficar esquecida
E talvez de meu cérebro um pouco cansado…
Logo, atesta, enrugava-se-me seriamente,
Mas se algo eu não lembrava, também algo sim;
Tal como sucedia, a tanta, tanta gente,
Se a uns mais cedo, a outros mais tardiamente
Que tratei de informar-me, e serenar por fim.
Até que terminei por me auto criticar:
Cismara à-toa, pois me lembrava - e amiúde
Da minha própria infância, e muito do brincar;
E que de tão distantes, eram um provar
Que mantinha a memória em perfeita saúde!
II
Oh, como é carismático o subconsciente!
Pois imagens e factos que nos são banais
Acha em lembrança pô-los, ser inutilmente,
Para uma vida inteira guardar fielmente
Tudo aquilo que então nos marcara, bem mais!