segunda-feira, 30 de julho de 2012

PATAMARES DE ABSORÇÃO (O POEMA DA SEMANA -2012/07/30) Do livro: ( a editar) "VERBOS NA PRIMEIRA PESSOA"


PATAMARES DE ABSORÇÃO

Mais um “lance de escadas,” vou subindo
Ficando absorta, em cada “patamar”;
E se a mente me diz para “parar”…
O coração jamais o consentindo.

Rendida a ele, lá vou prosseguindo,
De degrau em degrau, com calmo esgar;
(Que quem em si mantém esperançar,
Deve mesmo um sorriso ir exibindo…)

Não creio que um destino está traçado,
– P’ra fruir-se este cosmos “emprestado” –
Mas só a nós, devemos o erguer taça;

Convindo que se sonhe com vigor,
Que ao fazê-lo é já bem, compensador
Sendo a vida um“pião”; sonho a ” baraça”!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

REALIDADE – FANTASIA - ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/07/25) Do livro: ( A editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"



REALIDADE – FANTASIA


Minha maior valia de critério,
É distinguir um reino dum império;
E de só sonhar em tempo conforme,
Porque quem muito sonha, muito dorme…

(E ao sonhar meu ­– de algum ténue mistério–
Acresço grande fé e ânimo enorme,
P’ra jamais vacilar em campo sério!)

Sendo o real, padrão de grão vantagem,
Não creio a fantasia, só miragem;
Mas de apagadas coisas, uns relances
De intrínseca abrangência de nuances.

- São as tais excepções, de airosa imagem,
Com o perspectivar de uso de lances,
Então na permissiva percentagem!-


segunda-feira, 23 de julho de 2012

FÉNIX EM RIBEIRO DE JACINTOS VERDES - ( O POEMA DA SEMANA - 2012/07/23) Do livro: ( Já editado) " ESTRO DE MULHER"


FÉNIX EM RIBEIRO DE JACINTOS VERDES


Entranhara a cabeça no meu travesseiro
E saíra de meu cosmos material;
Entrando dentro de meu sonho, esse "ribeiro"
E nas suas águas, fui cinza triunfal!

Virara (ante jacintos verdes, que mirava
Boiando nesse "ribeiro", de alta quimera)
Numa ave, que logo o seu voo levantava,
E aquela que de sua cinza renascera!...

Acordara, e então água no travesseiro,
Era só, o que desse sonho me restava,
Já não era a fénix renascida em "ribeiro"...

Mortal, que meu cosmos material olhava,
(Com algum lodo, lama, areia - verdadeiro)
No raiar de novo dia, que me abraçava!

sábado, 21 de julho de 2012

DO MEU PRÓPRIO ARTESANATO



O jarrinho com o pratinho (á direita) foi elaborado em 1985
O galo cinzeiro (à direita) 1982
As restantes peças entre 1984/85

quarta-feira, 18 de julho de 2012

QUANDO POR VEZES, MUITO SE SUSPIRA - ( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/07/18) Do livro: (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"

    QUANDO POR VEZES, MUITO SE SUSPIRA


Quando há por vezes, gente que suspira,
Mas obsoleta ideia, não inova;
Tantas vezes o pranto, olhos encova,
Pela férrea coragem, que falira… 

Pelos acordes da passional lira,
Que afastaram ardente verso e trova;
E então desilusão – penosa prova,
A palpitante “credo”, se infligira...

Por tal, gente se agasta ou mesmo berra,
Numa depressão de dar a impressão,
De em seu ego haver, fantasmas em guerra;

Que tal cisão, sem reconciliação,
Poderá frustrar mais que cão que ferra,
E deixar cicatriz de solidão…
             
       

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O FOGO QUE HÁ, EM QUEM AMA - ( O POEMA DA SEMANA -2012/07/16) Do livro: ( a editar) "PENSAMENTOS (EN)QUADRADOS - II")


O FOGO QUE HÁ, EM QUEM AMA


O fogo que há, em quem ama
 – E que parece imortal –
Acabará, que uma chama
Tem começo e tem final.

E nem mesmo subtis sopros
Pô-la-ão de novo, acesa;
Nem magias, nem escopros
Repor-lhe-ão a subtileza.

Restarão cinzas, carvões,
– Alvas ou negras essências –
Ternuras ou frustrações
Tornadas reminiscências…

Não mais louvor, não mais queixa,
Momentos negros ou níveos;
E a fogueira sempre deixa
Saudades, senão alívios!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

ENQUANTO O AMOR MARCAR PRESENÇA - (ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/07/11) Do livro: ( a editar) " DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

ENQUANTO O AMOR MARCAR PRESENÇA


Como sol que de leve em Céu lá brilha
              Amar e ser amado mansamente
             – Mesmo sem um cariz de eternamente – 
             Já é uma pequena maravilha!

             Um credo manso e assim libertador
             Para além de fazer sobremaneira
             A rotina não ser grave fator.

E toda a relação de cariz breve
– Sem só acatar, normas de Platão –
                      É para um coração, consolação
                    Que só ingratidão é que o proscreve…

                      Compromisso assim, em comum avença
  E de valer pena ser cumprido
  Só enquanto o amor marcar presença!


segunda-feira, 9 de julho de 2012

BRANDO SENTIR - ( POEMA DA SEMANA - 2012/07/09 ) Do livro ( a editar) " DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"

BRANDO SENTIR


Há quem prefira amor, do que paixão
Sobre o peito sentir, ventinho brando:
E notar quão melhor é o comando,
Duma brandura assim no coração!

Duma avidez, com certa contenção,
Olhares se trocando e mãos juntando;
Dando-se à cupidez de vez em quando,
Sempre em libidinosa mansidão!

E um tal ventinho brando usufruído
Não tirará ao laço o seu sentido,
Nem lhe põe ceticismo, mas mais fé;

Enquanto muita usança de luxúria
Pode pôr sentimentos na penúria
E em vista da rotina… como é que é?


quarta-feira, 4 de julho de 2012

AMOR DESILUDIDO - (ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/07/04) Do livro : (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"


AMOR DESILUDIDO


Se em relação de bem honrar cupido
Surgir desilusão clarividente
Pode esse amor a dois ficar dif’rente
Passando a ser amor- desiludido…

O olhar ficar farol esvaecido
E o sorriso, tornar-se sol poente;
Porque esse antigo amor – agosto quente
Tornara-se em Setembro arrefecido…

E um tal fogo – dado em sentir mais brando,
Se acaba em mornas cinzas fumegando
Será insensatez, nelas soprar…

Que é forçar a vir chama, lá do fundo;
E amor desiludido e moribundo
Logo que em cinzas, há que o enterrar.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

OPÇÃO DE ALTERNATIVA - (O POEMA DA SEMANA - 2012/07/02 ) do livro: ( a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"

OPÇÃO DE ALTERNATIVA


Lançai flores de vária procedência,
Sobre cada nação, do mundo inteiro;
Ou então lançai – tendo preferência –
Espargos e avencas ornamentais:
Musgo e hera de montes e beirais
Pondo o povo em oásis verdadeiro.

Tal opção – de concernes tão prementes
E não balas, mutilando ou matando –
Terá repercussões, polivalentes,
Que uma maior sazão põe em ideias,
E a bom correr, permite o sangue em veias
Somente assim em vidas, apostando.

Dessas flores e afins, um tal lançar
- Após mimado – o povo, leva ao chão;
Ledos choros, e humano acalorar,
Motivam a um gerar, entre a natura,
De então iguais, p’ra lances de ternura!
P’ra beijos de respeito a cada irmão!