quarta-feira, 28 de março de 2012

QUESTÃO DE PÁTRIO AMOR - ( ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/03/28) Do livro: ( a editar)" ENTRE O ANTO E O ACANTO"


QUESTÃO DE PÁTRIO AMOR


Não se olhem pátrias causas, de relance
Porém sempre de frente e com são tino;
Dilatando esse empenho – então genuíno
Tendo ou não a bandeira ao nosso alcance!

Soltemos da garganta, o Pátrio Hino
Sem que na identidade, se balance...

Que nunca se descure da coragem
E em vista a nacionais graves marés
Com determinação e firmes pés
Só à Pátria prestemos, vassalagem.

E quer correndo, o mundo lés-a-lés
Quer num país apenas – por viagem.
       

segunda-feira, 26 de março de 2012

DO DESGASTE, À CURA OU MORTE - (O POEMA DA SEMANA - 2012/03/26) Do livro:(a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"

DO DESGASTE, À CURA OU MORTE


Quando amor promissor, sofre desgaste
Deve de redobrar-se-lhe o carinho
Em vez de deitar fora o “pobrezinho”
Como se deita fora, um velho traste…

Ou se põe junto ao mar, p’ra que ele arraste,
Empecilho, que estorve algum “caminho”;
Ou ignorar que em flor, vento mesquinho
Cause um grande melindre, em sua haste…

E com negligência em vez de acuidade
Há remorso iminente e até saudade,
Fatores geradores de ânsia e dor;

Porque o porvir se às vezes faz milagres,
Se transforma em licor, velhos vinagres,
Não ressuscitará um morto amor…


quarta-feira, 21 de março de 2012

CIRCUNSPETA REFLEXÃO( ENTRE QUARTA E QUINTA - 2012/03/21) Do livro: (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"



CIRCUNSPETA REFLEXÃO


Para uma interior paz positiva
Urge alma robusta e mente astuta;
Que quanto mais nos tropeções se matuta
Mais se atrai uma ânsia depressiva…

Tornando a consciência como gruta...
Em que ecoa atestação punitiva
Dum bem, idealizado ou feito à bruta…

Dum exercitar, com empenho incerto;
Ou sonhos a pender, p’ró devaneio;
E alentos quase exangues –  p’lo receio;
De eruditismo tido, apenas perto...

E para o sucesso, é um remedeio,
O não criar oásis, num deserto 
Fazendo as coisas, só: “meio por meio”...

                  


segunda-feira, 19 de março de 2012

DO PEQUENO AO GRANDE PENSAR- ( O POEMA DA SEMANA - 2012/03/19) Do livro: (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"




DO PEQUENO AO GRANDE PENSAR


Relação se pelo abuso atacada
É como boa fazenda com traça;
Atire-se o abuso á enxurrada,
Como fosse apodrecida cabaça.

É que há a ideia generalizada
De que a alma, quase se despedaça
Sabendo-se á solidão condenada…

Então o coração se um bom juiz
Mais a mente – se não for desregrada
Sabem que alturas há que bem, mais diz,
O silêncio duma boca fechada…

E que às vezes, acaba por um “triz”
Intensa relação muito apostada;
“Batida de porta” a um fim feliz….

Mas alma que lute em vez de carpir
Não abrirá mão, dum belo almejar
Para que a solidão- num dia a vir
Já não seja algo… a suportar

É quando a vida, um“janelão” lhe abrir!
E um tal vazio deixe de assustar,
P’ra haver de motividade, o tinir.

quarta-feira, 14 de março de 2012

SUBJECTIVIDADE -(ENTRE QUARTA E QUINTA -2012/03/14) do livro:( a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"




SUBJECTIVIDADE


Qualquer noção de força ou de fraqueza,
Jamais se isenta de dualidade;
Que o que para uns é felicidade,
Decerto para outros, é tristeza…

(A gente assim ciente ou indecisa,
Com tempo p’ra pensar, por vezes curto
O mundo, uns regala, outros inferniza…)

Do mais inofensivo ao mais finório,
Da própria obstinação á placitude,
O defeito duns, doutros é virtude,
Podendo um mal, tornar-se abonatório!

(E a quem perseverar ou fraquejar,
Já não se afirma ser a Providência,
Porém o próprio mundo, a justiçar.)


segunda-feira, 12 de março de 2012

CORAÇÃO DE BARRO - ( O POEMA DA SEMANA -2012/03/12) Do livro: (a editar) "PROPENSÕES MUSAIS"


CORAÇÃO DE BARRO


Se como nem do barro mais insane
Há coração assim… que se espatife!
E ressuscite num, que não engane;
Que nem se fragilize, nem se dane,
Nem seja dentro do peito, um recife…

Que em consciência opte decisões,
Pondo o seu melhor em cada concerne;
E - bem equilibrando as emoções -
Sempre no melhor uso de razões
Atinja de toda a questão, o cerne.

Mas sem que anua a algo que o degrade
E sempre seja da justiça, adepto;
Que o seu conceito de felicidade
Equivalha a cordial probidade
Sem jamais acobardar-se ante um repto.


quarta-feira, 7 de março de 2012

DUM ADEUS EM BREVE – OU POUCO MAIS -(ENTRE QUARTA E QUINTA- 2012/03/07) Do livro: (a editar) "DEAMBULANDO POR CAMPOS BIOGRÁFICOS"


DUM ADEUS EM BREVE – OU POUCO MAIS


Rotina que união só martirize,
Ou torne um entender periclitante,
Sem um engenho haver que a defraudize,
Ou que uma parte dela minimize,
Poderá ser deveras demarcante...

E põe mesmo um senão, no “passo dado”
De que as coisas perderam flama e brio;
– Ficando uma implicância em resultado –
Devendo ir cada um para seu lado,
Em vez de optar-se amuo ou desafio…

E enquanto que um pragmático casal,
Tem a sua evasão, tipo furtiva,
– Simulando união de pedra e cal –
Outro achará, humano e racional, 
No divórcio encontrar prerrogativa.

Logo, numa união, envolta em bruma;
E à má rotina a ter que se pôr cobro­ –
Se em breve um adeus, causa dor alguma,
– Pelo pólo feliz, que assim se esfuma –
Decerto que em mais tempo, dói o dobro…

segunda-feira, 5 de março de 2012

O CUPIDO, NAS GÉMEAS ALMAS DE HOJE - (O POEMA DA SEMANA - 2012/03/05) Do livro: ( a editar) "ENTRE O ANTO E O ACANTO"


  O CUPIDO, NAS GÉMEAS ALMAS DE HOJE

Se em forma de balada, tipo endecha
Almas gémeas, perscrutam, som de banjo
Parte do mais lascivo semi-anjo,
Que em breve lançará, melosa flecha.

Ele, que se a muito erro, tara ou pecha,
Dará condescender de cônscio arcanjo,
Também, com  um remel de um bom marmanjo
Tais almas rodeará, assaz lamecha!

E faz-lhes para o Éden seu convite
Conseguindo expectar-lhes bom palpite
Ao lançar-lhes cachondo olhar, sincero;

Eis de hoje, o sedutor  de asas no dorso,
O Cupido - que  ajunta, sem esforço
Sem testemunhas, sem registo ou clero…-