QUADRO SOMBRIO DUM ARTISTA
Seu próprio ateliê - apoio certo,
A um artista em desânimo - o painel;
Que traços e que sombras p'ró pincel!
Que destino o seu, tão duro e incerto...
Pede da musa o ombro e de si perto,
P'ra chorar sua dor, vinda em tropel;
E o bom licor musal, cair sobre o fel,
Duma alma assim, sedente num deserto...
Que vendo esp'rança, ser-lhe seco rio
Pinta a quente tinta, âmago vazio:
Sua iminente queda fatalista;
Disso auferindo dor, como subsídio
Num cismar, que é um lento suicídio
O "quadro" mais sombrio desse artista.
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